CNV com a gurizada
A sigla famosa CNV quer dizer Comunicação Não Violenta criada por Marshall Rosenberg revolucionou a forma de vermos e lidarmos com a nossa comunicação.
Conversar de forma saudável conecta. Queremos acolher e sermos acolhidos. Quando o diálogo é respeitoso, honesto e acolhedor tudo é possível para conectar as pessoas.
De forma lúdica Marshall associou a comunicação mais assertiva e afetiva com a Girafa, pois esse animal tem orelhas voltadas para frente simbolizando melhor atenção ao ouvir, seu coração é 47 vezes maior que o coração humano e sua altura faz com que veja mais longe. Em contrapartida teríamos o chacal com sua comunicação de predador sem empatia.
Dentre os conhecimentos que a CNV nos proporciona existem 4 passos básicos para uma melhor interação. Veja abaixo e pratique, Verá que terá excelentes resultados.
Concordo que é nada fácil não julgar. Mas tente falar do "ato" e não do "ator". Por exemplo:
- Joãozinho você sempre esquece de fazer os temas de casa. (fala sem CNV)
Em CNV evitamos os termos - sempre, nunca, nada, tudo. etc. São generalizações que nem sempre expressam a verdade. No caso do Joãozinho, se for analisar com calma dos 220 letivos do ano. Contabilizando ele esqueceu 20 vezes o tema. Isso é sempre???? Pode não ser pouco. Mas num diálogo acolhedor pode verificar o que está acontecendo para ele esquecer nesses dias.
Quando você diz para o Joãozinho que ele sempre esquece os temas como acha que ele se sente? Pode ser que seja irresponsabilidade, descuido, esquecimento, ele não saber fazer as tarefas e tem vergonha de pedir ajuda. Então, pode se sentir triste, frustrado, cobrado, com raiva.
Então você pode expressar o que está sentindo e também pedir para ele se expressar:
- Joãozinho, quando noto que você na segunda, terça e quarta não realizou as tarefas da escola fico decepcionada. Pois faz parte do aprendizado fazer as tarefas da escola. (fala com CNV)
Joãozinho também fala dos seus sentimentos, se desejar:
- Mãe, eu prefiro brincar a fazer tarefas. É muito chato!
- Mãe, eu tenho dificuldades para fazer as tarefas.
Acima são duas possibilidades de respostas entre tantas. Conversando e esclarecendo podem ambos buscar soluções.
Constatado o sentimento, verificar que necessidade está por trás:
- A mãe quer que o filho aprenda.
- Joãozinho quer mais tempo para brincar ou tem dificuldade de aprender e precisa de ajuda nas tarefas, mas tem vergonha de pedir.
Quando percebo o que está acontecendo fica mais fácil esclarecer como resolver. É conversando que a gente se entende. Então, é a hora de fazer um pedido claro:
- Joãozinho, você quer que te ajude na hora das tarefas. Ou se não quer que te ajude sempre, pode me pedir ajuda quando tiver dúvidas.
Acima são possibilidades de diálogo. Você pode usar a figura acima para simular ou fazer com seus filhos ou educandos o exercício de CNV.
Nosso papel é acolher nossos filhos e educandos. Lembrar que o seu cérebro está em formação, só em torno dos 20 e poucos anos o córtex pré-frontal estará maduro, onde o senso de responsabilidade reside. Nem sempre eles verão as ações que "cobramos" com o mesmo valor que damos a elas. É importante ter firmeza tanto quanto carinho ao dialogar com nossas crianças.
Observe se passa só cobrando ou procura com um diálogo mais acolhedor ensinar responsabilidade com suas ações. Somos exemplos. Com paciência, persistência, todos podem aprender uma forma mais saudável de se comunicar e evitar conflitos desnecessários.
Andrea Leandro
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